Naquela tarde eu era como um cão vagabundo que te esperava sem que soubesses. Percorri com o olhar todas as ondas vindas do mar na esperança que uma te trouxesse. O crepúsculo de fogo que caía no horizonte, apertando-o cada vez mais, como o meu coração, convenceu-me da tua não vinda; do teu silêncio eterno que se prolonga e se agrava nos momentos em que te espero, sem que saibas que te espero. A memória que ainda tenho de ti já não chega, aos poucos desaparece, como a minha sombra na areia. A areia fica fria, o meu olhar lasso e triste. Porque não vens, mesmo desconhecendo que te espero uma última vez?
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