31 de agosto de 2007
surges...
onde o crepusculo está a acontecer
vens na cor do fogo
30 de agosto de 2007
Ainda aí estás?
do lado de lá da janela indiscreta
sorrindo com as palavras que escrevo
com a intenção de te abraçar
como se fosses o único corpo na minha vida
este poderia ser um poema como todos os outros
que escrevi para que sentisses as minhas mãos
a tocar o teu suave rosto
onde os teus olhos costumavam saltitar de alegria
quero pensar que ainda aí estás
no lugar de onde se avistam as memórias
sobre o parapeito da janela indiscreta
talvez ainda aí estejas
aguardando na penosa dor da ausência
e se ainda aí estiveres
peço-te que me esperes serenamente
que um dia surgirei na forma de uma palavra
A cidade esquecida
A vida levou-me a outros hábitos e neles me prendi sem o propósito de esquecer o que me rodeia. Em Beja, entre ruas vazias e silêncios ensurdecedores, existem lugares que vêm do passado como o Museu Rainha D. Leonor onde Mariana Alcoforado se enamorou, A Igreja de N.S.ª dos Prazeres onde uma exposição de Arte Sacra nos conduz ao histórico legado religioso, entre outras igrejas, como a Sé, a da Misericórdia, A ermida de Stº André, a Igreja de S. Francisco ou de Stº Amaro, e o Castelo, claro, de onde emerge uma torre rumo ao céu que avista a planície extensa do Alentejo.
E a estes lugares que me lembro de ter visitado quando muito jovem não tenho voltado. É pena, perco mais com a distância do que esses espaços que ainda vivem sem mim e sem os outros... Por enquanto!
Raios de Lua
Daqui...
Pelas ondulantes searas douradas
No sentido do teu coração vermelho
Gotas de água na tarde calma
Brisas leves de sílabas acentuadas
29 de agosto de 2007
Leve manhã
Que a confundo com ar
E respiro-a fresca
Em cada beijo teu
Tão leve surge a manhã
Que a levo no meu peito
E passeio-a no teu corpo
Onde me aguarda um lugar perfeito
Poema de Regresso
Ainda que as palavras se repitam na intenção de te amar
Sigo as linhas direitas do caderno que me assiste
Como se fossem estradas que me guiam ao teu encontro
Na impoluta vontade de reafirmar o que existe
E nas rimas soltas ou fixas resisto ao confronto
Poema sobre Ti
Caminho impaciente ao teu encontro
Escondes-te no foco da lua
Sobre o céu azul de uma noite nua
Tudo se centra em ti
Como se fosses o epicentro
De um terramoto que me abala
Reflexão sobre Beja
28 de agosto de 2007
Musa IV
Um dia
Esclarecimento a Joia
27 de agosto de 2007
Bem sei do tempo
Deixo
Um poema teu
nasce na claridade do teu olhar
e depois,
bem depois,
constrói-se nos gestos finos das tuas mãos
e em cada rima acentua-se
na certeza dos teus sentimentos
e de ti nasce um poema
o teu poema
26 de agosto de 2007
Domingo
25 de agosto de 2007
Sem fim
Ignorância
Praça da República em Beja II
Aconselho uma visita às cores, às imagens, e claro, às palavras, em:
http://www.pracadarepublicaembeja.net/
24 de agosto de 2007
Praça da República em Beja
Apenas um Adeus...
23 de agosto de 2007
O Anel de Saturno
Parque da Cidade III
22 de agosto de 2007
Parque da Cidade II
21 de agosto de 2007
Parque da Cidade I
20 de agosto de 2007
De volta à cidade
19 de agosto de 2007
O que basta
As suficientes ainda para te viver
As que morrerão no fim de mim
As que sofro para te conhecer
Breve, como um instante de ar
Basta pouco, daqui até ao fim
Tão pouco que me inquieta não o saberes
Último Poema
As marés
A vida leva-nos como se fosse uma maré - ora vaza, ora enche - e nós somos ondas de espuma que se esgotam no areal denso que nos acolhe na desesperança. E entre as vidas de cada um geram-se mundos diferentes. Ondas separadas que têm o único destino de morrerem na praia, tal qual como náufragos...
Quero acreditar que a vida nos leva para outros oceanos. Quero acreditar que numa vida existem várias vidas - como numa maré infinitas de ondas. E nesta convicção me mantenho, como se fosse o Lugar Convicto da minha vida!
E para o Grande Amigo tudo!...
O teu silêncio
quando a cidade adormece
e a madrugada me cerca
quando se esgotam as palavras
e os outros se calam
quando os pássaros emigram
e os rios secam
quando as planícies estão de negro
a vida finda
quando a música acaba
e as árvores se curvam
E existe o teu silêncio...
A mais profunda dor!
18 de agosto de 2007
Momento
17 de agosto de 2007
Lugar Etéreo
Não
16 de agosto de 2007
De cada vez
15 de agosto de 2007
Hoje
que me refrescam os sentidos
acordo com o teu sorriso no meu olhar
e hoje esqueci o sofrimento da mágoa
sou o que me levas a ser nas asas do amor
em cada instante de paixão quero amar
14 de agosto de 2007
Musa III
Antes
onde as searas verdes como o mar lhe tocavam.
lembro-me de cada rua onde corria na meninice
e de cada rosto com que me cruzava.
hoje sinto a nostalgia da vida, da vida inteira
que me cercou num lonquinquo passado.
e nas ruas de hoje os rostos passam ao lado
de uma cidade antes companheira.
Nada acontece
que se definha nas ruas vazias da cidade
onde o tempo não passa com o vento
e nem o tempo mata tanta saudade
hoje é o dia em que nada acontece
por aqui tudo se tornou itinerante
o dia expira enquanto a noite aquece
13 de agosto de 2007
Sempre
Escolher o amor
Crepusculo a dois
e nos teus olhos as estrelas brilharam
enquanto a noite renascia
e contigo o crepusculo tem cheiro e sabor
10 de agosto de 2007
O Amor (pensamento a (des)propósito)
Musa II
Âncora
Onde se seguram as tuas mãos?
Tenho-te como uma âncora que me segura num porto
ainda que as marés agitadas me façam baloiçar.
9 de agosto de 2007
Pela manhã...
ao meu lado descobri um lugar vazio
onde a cama se deitava direita e zelosa
e ao meio a distância entre as margens de um rio
ao despertar o olhar no limite do céu
o pensamento fugiu para o mesmo lugar
e foi então que no coração aconteceu
a cor vermelha do desejo de amar
Não sinto o corpo
8 de agosto de 2007
O dia seguinte
Sei de cor
sei de cor o calor de cada abraço
sei de cor a ternura de cada gesto
sei de cor a forma de cada traço
e sei que cada segundo na sua companhia
faz crescer ainda mais o desejo
MIL VISITANTES
Espero que continuem a gostar!
Muito Obrigado!
7 de agosto de 2007
Frágil
Vejo-te partir sem que olhes para trás. Sem que vaciles.
Torno-me frágil. Frágil e leve como uma folha caída do ramo.
A partir daqui desconheço o rumo que sigo
Seguirei levitado pela aragem na direcção oposta à tua
Com o passar do tempo vou secando a minha imagem
Não me peças os dias
Porque já me consumiste as horas
Os minutos e os segundos
Com o desespero da tua ausência
O meu corpo cedeu ao cansaço
Parou no tempo
Em que as árvores floriam verdes
Não me peças o resto de mim
O que ainda tenho embora breve
Não me peças os dias
Que os tenho um de cada vez
Como se fossem luz e negro
Nos meus olhos
Poema sobre Beja
escuto rumores do destino que esvaziam as ruas cinzentas
à cidade já não regressam os que partem inseguros do amanhã
sem eles os largos são covas gigantes e lamacentas
o que acontece passa ao largo da planicie extensa e triste
e o que não acontece morre no silêncio de cada um que resiste
Good Morning
6 de agosto de 2007
Somando
que o meu corpo vagueia no cabo do tempo
entre a minha alma desconcertante e a tua
como se fosse a frente áspera do vento
aos dias acrescento as noites somando fogo e ar
e neles caminho como labareda numa floresta
de denso verde como o segredo do mar
aos dias acrescento as noites subtraindo o que resta
O teu corpo prende-se...
no desespero ardente da paixão
de um amor que se descontrola
no brilho incandescente de cada olhar
e em cada toque em cada pedaço de nós
o mundo agiganta-se infinitamente
entre as minhas mãos e as tuas
aceitando a forma que lhe dermos
Ainda que viva...
amargurado na noite do fim do mundo
Os teus olhos seguem-me para onde quer que vá
como o olhar do falcão antecipando a morte
nas garras crúeis sobre a indefesa presa
5 de agosto de 2007
Podia dizer-te tantas coisas...
No entanto, quando te vejo nada me ocorre.
Treino em voz alta, para os espelhos e paredes
O que vou dizer-te quando te vir,
Nas alturas em que tu não vens e eu te espero.
E quando vens, tudo o que tinha para te dizer,
As frases preparadas e decoradas com tanto afinco,
Que soavam tão bem aos ouvidos dos espelhos e das paredes e dos móveis
Para quem eu as dizia nos dias em que te esperava,
Desaparecem, e na minha cabeça ficam só as imagens
Que entram pelos meus olhos
As palavras que entram pelos meus ouvidos
Os teus sorrisos que entram pela minha alma a dentro
E arrebatam tudo no caminho.
Fico com a sensação de que tinha algo para te dizer,
Mas não passa disso: uma sensação não especificada,
Não objectiva, que sacudo assim que posso.
Porque nos dias em que vens procuro não ter mais nada,
A não ser tu, a perturbar-me.
Quero todo o meu espaço, tudo o que sou enquanto ser receptor
De estimulos e sinais, concentrado em absorver tudo o que me dás.
E então, nos dias em que te espero,
Treino e ensaio, o que sei que vou esquecer nos dias em que vens
E te quero tanto que me esqueço de tudo.
Novel Poetisa, 1 de Agosto de 2007
Queria encontrar...
Queria oferecer-te uma série de palavras que seriam só tuas,
Que podias trocar, coleccionar, coloca-las todas numa caderneta de palavras
Que só existiriam para nós.
Prendas que ofereciamos em ocasiões especiais,
Aniversários, festas privadas a dois.
E veriamos essa lista crescer, essa caderneta avolumar-se com palavras, significados
Até criarmos uma nova lingua até termos o nosso próprio dicionário.
Novel Poetisa, 1 de Agosto de 2007
Sem titulo
com o sentir da tua ausência.
morro; desapareço.
Desisto do que sou
3 de agosto de 2007
Liberdade
2 de agosto de 2007
Perdi o Sentido das Coisas
Da memória nem a lembrança recordo.
Sou um espaço vazio
Que se segura entre muralhas de ar.
Frágil, a vida me condensa
Em duas ou três palavras
Que repito com insistência
Para não me esquecer de mim.
Para não me faltar!
Perdi o sentido das coisas,
Do horizonte nem a utopia me resta.
Sou uma máscara incerta
Que me cobre na íntegra.
Débil, o coração delimita
Os gestos das minhas mãos.
E cada gesto é uma luta, é uma conquista,
Que ergo no meu olhar matinal.
Perdi o sentido das coisas,
Do passado nada ficou.
Longínqua vai a existência trivial
Dos lugares, dos olhares, de tudo
Que outrora me sustentou.
A publicar em "Paradoxal ou Não"
Setembro de 2007
1 de agosto de 2007
Saudades
Porque a Amo
Quem?
me vê e estende o braço para me tocar?
quem do lado de lá me fecha num anel
e me deseja tanto que me quer amar?
quem do lado de lá me busca
com a intenção doce de me beijar?
quem do lado de lá se aproxima
para ocupar este poético lugar?