Perdi o sentido das coisas,
Da memória nem a lembrança recordo.
Sou um espaço vazio
Que se segura entre muralhas de ar.
Frágil, a vida me condensa
Em duas ou três palavras
Que repito com insistência
Para não me esquecer de mim.
Para não me faltar!
Perdi o sentido das coisas,
Do horizonte nem a utopia me resta.
Sou uma máscara incerta
Que me cobre na íntegra.
Débil, o coração delimita
Os gestos das minhas mãos.
E cada gesto é uma luta, é uma conquista,
Que ergo no meu olhar matinal.
Perdi o sentido das coisas,
Do passado nada ficou.
Longínqua vai a existência trivial
Dos lugares, dos olhares, de tudo
Que outrora me sustentou.
A publicar em "Paradoxal ou Não"
Setembro de 2007
não é preciso dizer nada pois não?
ResponderEliminareste é fenomenal