30 de agosto de 2007

Raios de Lua

Um vidro alto, fixado entre estruturas de ferro e de betão, separava-nos do lago raso e brilhante. Raios de lua rasgavam a tranquilidade da água. Nas margens pontos de luz milimetricamente colocados prolongavam a extensão do lago, para além do passadiço central. Sentados à mesa desfrutavamos de um jantar a dois. Só os dois. Os olhares fixavam-se um no outro acompanhados de largos e romanticos sorrisos.
Um jantar a dois não se faz sem um bom vinho. Tinto, da cor do calor ardente da paixão. Tinto, da cor intensa do sangue que acelera o desejo. E tudo o resto são gestos e palavras... E um brinde à leveza das manhãs em que acordo na sua companhia.
Não importa a conversa que fluiu eloquente, não interessa se não o brilho do seu olhar deslumbrando o meu. E um beijo, apaixonado e intenso, no topo do mundo, sobre o lago raso e calmo onde navegavam tranquilos os raios de lua. E um beijo, prolongado e doce, na frescura da brisa nocturna.

Sem comentários:

Enviar um comentário