quando nos reencontrarmos numa rua esquecida da cidade branca
já não serei quem julgas conhecer, já não serei eu mas um resto de mim.
que não te aflija o meu corpo fraco e cabisbaixo, que não te preocupe
o meu olhar inócuo e basso escondido nas entranhas da minha alma.
encontra-me-às provavelmente a descair numa parede branca,
a afundar-me num passeio irregular e sem fim.
talvez não me reconheças, nem a figura nem a voz
que a emudecerei para silenciar quem fomos nós.
e quando nos encontramos, se de facto nos encontrarmos,
numa rua esquecida da cidade branca,
não pares junto ao meu corpo moribundo,
se possível ignora-me, trata-me como tratas um vagabundo.
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