Olho para trás
E apenas vejo a neblina densa da memória.
Apenas oiço o som distorcido
Das palavras gastas.
Foste tanto na minha vida
Mas já nem és água nos meus olhos,
Apenas o definitivo adeus
Que te encerra em precoces poemas meus.
Houve tempos em que eras o meu pensamento,
Em que as aves voavam ao teu encontro.
E sempre que uma flor floria
Eu acreditava ser o teu sorriso.
Em certas alturas cuidei dos teus olhos
Como se fossem meus,
E através deles visse o teu mundo.
Mas agora já não importa se sorris
Ou se os teus olhos são reflexos
Que se vestem de negro.
Não importa se as ruas cerram a escuridão,
Ou se o teu corpo treme de medo.
Agora olho em frente e já não te vejo!
Adeus!
"Ai as almas dos poetas
ResponderEliminarNão as entende ninguém;
São almas de violetas
Que são poetas também."
Florbela Espanca
Beijinhos