7 de dezembro de 2007
Ao Meu Amor
O amor não é cativo das palavras.
O amor é tudo aquilo que tu e eu somos.
E seremos sempre as faces brilhantes do Amor.
O Último Fôlego
29 de novembro de 2007
Até Outro Lugar
Jorge Barnabé
27 de novembro de 2007
Poema do Compromisso
21 de novembro de 2007
Por fim o fim
Gasto o olhar. Abuso das ideias e do pensamento.
Esvazio-me como um copo que depois se vira sobre o tampo da mesa.
Restam umas gotas que escorrem formando pequenos lagos na madeira negra.
Encalho no tempo. Dou por mim no fim das utopias.
Reconheço o cheiro da amargura.
Abdicar é uma opção. Uma opção é escolher.
Encalhado no tempo de uma vida dou espaço ao que me rodeia.
Suspiro no fim de uma lufada de ar...
FIM
19 de novembro de 2007
Canto do mar
vou pelos areais finos onde as aves descansam
detenho-me na espuma como se o ar me faltasse
mergulho na maré onde os peixes balançam
ouço o canto do mar como se o mar cantasse
como se o mar cantasse
Dúvida
Antevisão de um eventual fim
será porque o amor seguiu o rumo das aves
e porque nos teus olhos se apagou a palavra etérea.
se nesse dia te deres conta do que já sabes
é porque a noite encalhou numa enseada junto ao mar
e um crepúsculo se despenhou na terra.
se esse dia chegar
não me procures que a minha vida não resitiu à desesperança
e eu segui o caminho do desespero da tua ignorância.
Dia
descobrimos o mar desde a janela do quarto
o teu corpo eleva-se no meu ondulante como o mar alto
arfantes respirações quebram o silêncio do outono junto ao sol
reatamos os beijos e incendiamos os desejos
e nus sobre a cama branca assistimos ao desenrilhar da névoa
surge um novo dia renova-se o amor que nos conduziu até aqui
agora somos felizes
Noite
uma cor negra e estranha apagou as estrelas do céu.
ao longe ouve-se o mar revolto a quebrar o silêncio na charneca.
o meu corpo estremece num abraço apertado que partilhamos.
beijas-me. beijo-te. beijamo-nos.
sobre nós sobrevoa uma gaivota desorientada no breu nocturno.
damos as mãos. apertamos as mãos.
o teu olhar brilha. brilha e ilumina caminho.
amo-te. amas-me. agora sou feliz
15 de novembro de 2007
Acordar ficcionado
Tanto querer
quero-o desesperadamente
como se fosse ar para respirar
quero um beijo também
como se fosse água para matar a sede
quero passear contigo
de mão dada quando o sol vem
e quero o calor do teu corpo antes da madrugada
O Amor de
as suas asas são como sonhos que se prolongam na madrugada.
as cidades adormecem no baloiçar das luzes amarelas.
no silêncio da aurora renasce o amor:
o amor de te amar. o amor de te viver.
Agastado
Na noite prolonga-se o silêncio e o vazio de uma cidade que se aninha nas casas fechadas. Nas janelas de estores corridos. Nas portas trancadas. E nas ruas vazias da noite apenas nós os dois. Apartados um do outro. As mãos não se tocam, os lábios não se desejam. Passeamos pelo parque da cidade enrolados no frio noctivago. Rodeamos o lago raso onde os peixes adormecem junto às luzes submersas. Demoramos num olhar fugidio. Abraçamos o silêncio que construí como um muro alto, não para te afastar, mas para te proteger de mim. Dos meus pensamentos mais fundos e desconexos. Amarramo-nos no cais improvisado. Detemo-nos num silêncio vagabundo nas ruas desertas da cidade branca. Estacionamos o carro numa rua qualquer. Conversamos pausadamente para não quebrar o silêncio. Digo-te nas entrelinhas o que não tenho coragem de dizer frontalmente. Não te quero envolver nas palavras rudes e ásperas que motivam os meus pensamentos. Apenas te posso dizer que os dias se arrastam uns atrás dos outros. Despedimo-nos como o frio da noite. Adormeço na esperança de uma palavra de conforto. Acordo no desejo de um abraço quente que não se dá. Arrasto-me como os dias no silêncio das palavras.
Silêncio! Silêncio! Outra vez o silêncio...
12 de novembro de 2007
Juras de amor
11 de novembro de 2007
Uma tela em branco
9 de novembro de 2007
7 de novembro de 2007
Fora de tempo
4 de novembro de 2007
Poderia ser domingo
Sem resistência
(na luz azul suave do sul que se disfarça de paz).
despeço-me do mar áspero e frio
que me acolheu na tua já eterna ausência.
zigue-zagueio como o leito de um rio.
começo o dia sem ti, sem resistência.
Amanhecer
abrir os olhos e ter a certeza da tua companhia.
hoje queria-te. e era tão só o que queria:
eu, tu e o amanhecer num longo abraço.
3 de novembro de 2007
A morte das palavras
No horizonte começa o mar
as folhas secas esvoaçam na marginal onde acaba a cidade
levamos as mãos seguras num passeio à beira-mar
os passos sincronizados acompanham a espuma branca que desfalece no areal
paramos num beijo longo que assiste ao crepusculo na linha do horizonte
e no horizonte começa o mar
e nós damos vida ao futuro num abraço apertado de outono
2 de novembro de 2007
Lugar de antes
Hoje estou junto ao mar. Os planaltos verdes e rasos prolongam-se até ao azul espelhado da água. Daqui avisto o farol do cabo sardão onde numa manhã fresca vi nascerem flores nas tuas mãos, onde numa brisa fria me aqueceste os lábios com a doçura dos teus beijos.
Por aqui seguia o caminho das férias de verão quando o meu corpo se dava à aventura e corria nas dunas altas, era por aqui que o meu olhar ingénuo de criança desafiava a imensidão do mar. E por aqui cresci dia a dia sem me aperceber dos previlégios e das honras de uns dias de férias. Mas isso era na época das imagens romanticas da vida, era na altura em que o tempo parecia inesgotável. Nesses dias não me ocorriam os pensamentos de hoje. Deixava o meu corpo frágil vaguear nas aventuras arrojadas, em expedições que julgava perigosas. E fui permitindo saborear o presente como se do futuro se tratasse... E aqui estou, à espera de ver nascer a noite junto ao mar. Outra noite que passarei sem ti.
Névoa sobre o rio
numa madrugada sem ti
ruas ingremes que desafio
à procura de ti
numa antiga ponte de ferro
suspendo o meu solitário coração
e em ti vive tudo o que quero
apesar de dizeres que não
31 de outubro de 2007
Poema sobre o reencontro
com o orvalho a cair nos campos
que não trocava o teu sorriso e os teus lábios por nada
poderiam todas as manhãs surgir na leveza de um pássaro
que jamais abdicaria de um olhar teu
30 de outubro de 2007
Plátanos e sombras
O que me Apetece:
29 de outubro de 2007
Um pensamento na tarde
Um retrato teu num bolso apertado junto ao peito
27 de outubro de 2007
Poema de antes de ti
25 de outubro de 2007
Ainda te Amo
24 de outubro de 2007
Um abraço de calor
23 de outubro de 2007
Convite para jantar
A luz de Lisboa nos teus olhos
as minhas mãos na distante planície onde permanece a minha alma perdida.
desejo recuperar o fôlego... quero a tua voz enebriante de volta ao meu acordar.
preciso do alento do teu sorriso para me poder aventurar.
a luz de lisboa nos teus olhos; num olhar que me lanças
e que receoso semeio em searas de esperança
22 de outubro de 2007
Poema (in)titulado
já não serei quem julgas conhecer, já não serei eu mas um resto de mim.
que não te aflija o meu corpo fraco e cabisbaixo, que não te preocupe
o meu olhar inócuo e basso escondido nas entranhas da minha alma.
encontra-me-às provavelmente a descair numa parede branca,
a afundar-me num passeio irregular e sem fim.
talvez não me reconheças, nem a figura nem a voz
que a emudecerei para silenciar quem fomos nós.
e quando nos encontramos, se de facto nos encontrarmos,
numa rua esquecida da cidade branca,
não pares junto ao meu corpo moribundo,
se possível ignora-me, trata-me como tratas um vagabundo.
Um Olhar
21 de outubro de 2007
lágrimas
chamam-lhe lágrimas
eu trato-as por dor
Odemira
sigo a tarde leve e azul...
o meu olhar perde-se no intocável horizonte onde o crepúsculo morre...
passo junto a um rochedo alto e negro de quebra-mar
o meu corpo desespera tenso pela tua companhia
hoje o mar onde o crepúsculo desfalece não faz sentido sem a tua presença
nada faz sentido sem ti
as gaivotas sobrevoam os desertos areais tão desnorteadas como eu
18 de outubro de 2007
Guiado
sigo os teus passos confiante do nosso destino.
Percorro este país e outro que se cruze no mapa
sempre que me queiras ao teu lado. Sempre.
O meu destino não o questiono enquanto fores a vida que respiro,
enquanto mantiveres a mão estendida para me guiar.
S/ Título
17 de outubro de 2007
Por ti...
fingiria a alegria nos dias mais crueis e tristes
morreria asfixiado numa bolha de ar
viveria nos lugares onde não existes
e abdicaria do direito a sonhar
por ti silenciaria as palavras da amargura
e gritaria o amor até ao limite da loucura
por ti lutaria numa cruzada solitária e desleal
contra todos os fantasmas do mal
16 de outubro de 2007
Gotas de chuva
cada gota que cai no chão negro
desfaz-se na intenção de se perder.
cada dia é como uma gota de chuva:
perde-se no silêncio do tempo.
gasta-se na ilusão da frescura...
15 de outubro de 2007
O silêncio enche-se...
a tua companhia fugiu do meu encontro correndo para longe
nem palavras nem gestos nem sons
tudo nos separa como margens de um rio
13 de outubro de 2007
Ainda agora...
com o anúncio da tua ausência.
as horas que se guem neste até breve
são duras e ásperas como rochas
resta-me a frescura dos beijos que hoje me legas
como se fossem dádiva do nosso amor.
11 de outubro de 2007
um poema
ter a forma apertada de cada abraço que desejo dar-te
ser inesgotável como o horizonte e a utopia
e renascer forte de cada dissabor
pudesse eu ser poeta e escreveria o mais sintético e objectivo poema
Desejo saber
do lado luminoso que anseio partilhar
Desejo cada lugar para onde vás
tantas vezes...
quando no teu sorriso se concentra a energia de tudo o que te rodeia.
tantas vezes percebo que em ti tudo se transforma!
e o teu sorriso é uma semente onde o presente germina e o futuro será flor e frutos.
tantas vezes, ao contemplar-te, o meu corpo cresce da minha alma
e sente o sentido puro e etéreo da vida.
de tantas vezes, quando me sorris, o meu nome ganha o teu apelido secreto
e as minhas mãos abrem-se como se fossem asas livres.
Poema destópico
10 de outubro de 2007
Se soubesses...
Vinhas de negro...
caminhavas em leves passos sobre o asfalto
onde imóvel aguardava por ti
havia no ar um aroma doce e fresco de jasmim
e nos meus olhos um encantamento
que desejava tudo de ti
Noite de uma estrela só
de um céu que repousa sereno sobre o meu amor por ti
noite de uma estrela só
7 de outubro de 2007
Outono
que salpicam o céu azul. acolho o outono no meu corpo sedento
de folhas secas caídas no chão, de árvores que se despem no raso sul.
passeio entre o frio seco do outono e um abraço de lamento
que desperdiço num impulso. Molho os olhos no orvalho matinal
de cascatas esverdejantes.
chegará o outono na esperança de um novo amor?...
6 de outubro de 2007
São recordações
LINHA DO SUL
Mudança breve
Entre nós
Do lado de lá sei que existe um coração que me tenta. Que palpita ansioso desejando a minha presença. A sua voz eloquente e calma suspira de palavras de amor eterno.
Antes de ti
duros e frios deformados pela áspera erosão
estáticos e imóveis presos ao chão
agora fazes dos meus dias
campos floridos e alegres
Semente noctívaga
água nos meus olhos
não gotas de orvalho
mas água profunda de tristeza
3 de outubro de 2007
A hora da despedida
e em mim apagou-se o sorriso dos lábios
"acabou" pensei, "isto tem de ter um fim".
e vi no seu olhar, na expressão do seu rosto,
o pouco que lhe importou a despedida.
senti nas suas mãos frias que o amor estava deposto,
como um rei nu, sem reinado.
agora nem sei o tempo exacto do adeus,
nem sei a que horas comemorar o passado.
sei apenas que foi numa tarde assim...
vou-me embora
parto pelas ruas mais largas e escuras para não me encontrares.
vou no canto de silêncio da madrugada para não me escutares.
parto para longe dos teus olhos que me traíram com falsidade
e num caminho desconhecido afasto-me da cidade.
quero esquecer as ruas e as casas onde moras,
partir sem regresso previsto.
vou-me embora. vou deixar-te. desisto...
Dúvida poética
das palavras desfeitas na ignorância, das rimas quebradas no fim.
Duvido da meta. Dos sentimentos feitos de esperança.
E emudeço cada poema com fúteis declarações de amor...
Sobretudo inconsequentes.
O Céu Caiu
Decidir o regresso
2 de outubro de 2007
Para ti num dia como os de hoje
em passos calmos e acertados em direcção ao que é preciso
queria-te forte e imensa como uma montanha
que nasce no âmago da terra e cresce até ao céu
queria-te de pé como uma árvore
e extensa como um abraço meu
Reflexão imprópria sobre a vida
Tudo
desde a tua essência
à tua beleza.
Desde a tua existência
à tua natureza.
- Tudo nasce de ti.
O TEMPO
27 de setembro de 2007
FESTIVAL DO AMOR
o amor sai à rua
que passeia pelas ruas escuras da cidade
o amor vai sair à rua e quem quiser que o leve
que esta brisa é ar fresco anunciando liberdade
25 de setembro de 2007
Passo a passo
passo a passo venço o tempo a caminhar.
Desabafo sobre a distância
24 de setembro de 2007
À deriva
22 de setembro de 2007
Ocupação
Obrigado
Edil
20 de setembro de 2007
Pelo mundo
como se fossem aves migratórias
voam livres e selvagens
na forma de poemas e de histórias
por todo o mundo se escutam as palavras
de uma voz libertina e grave
é a voz de um simples poeta
que abre os braços e voa como se fosse uma ave
19 de setembro de 2007
Serenamente chega a manhã
aninham-se num sofá estreito e dourado como o sol nascente.
o cansaço não nos vence, não nos pesam as horas da madrugada;
pelo contrário: são leves como os desejos de outros sentidos.
a luz entra discreta nas frechas da janela virada a nascente
e cresce no solo até nos tocar com a intensidade desejada.
desafiamos o tempo. levamos ao limite um beijo inebriante.
(como se entre nós o limite fizesse sentido)
poderiam ser assim todas as manhãs. poderiam nascer da madrugada
sempre serenas e doces como os abraços em que me enlaças.
Escrever: a génese
17 de setembro de 2007
Nem sempre
nem sempre os sorrisos coincidem
nem sempre as nossas mãos se entrelaçam
basta o sempre em que estamos como um só
Repara nas árvores...
que se vestem no verde clorofila
são como metáforas caprichosas
de figuras moldadas por argila
repara que nelas se seguram folhas
leves e agitadas como a vida
presas nos ramos como nós às escolhas
são árvores verticais mesmo na hora da despedida
14 de setembro de 2007
Namoro
O beijo dá-se. Inebriante. Extasiante. Prolongado, como o futuro que os aguarda. Partilham a cumplicidade do momento. O que os une à parte de todos. Como se fossem um só. Como se entre os dois tudo fosse suficiente para existir vida...
A noite continua doce. O luar branco e cheio. A brisa fresca anuncia o fim do verão. As mãos entrelaçadas. Os corpos apertados um no outro. Os sentimentos enlaçados. Do dois nasce uma nova vida. Como uma semente que germina hoje. Como uma árvore que será amanhã.
Namoram!...
12 de setembro de 2007
Poema sobre o que é importante
ou se nas ruas da cidade branca ecoam silêncios de tristeza
não importa se os olhares fogem quando me cruzo com eles
ou se fogem as mãos para longe da minha certeza
já não importa se as árvores não se vergam quando passo
ou se as aves se escondem recusando-me um abraço
tão pouco importa se amanhã o sol aquecerá o meu rosto
ou se os sinos das igrejas se calarão de desgosto
o que pode tudo isto importar se não me importares tu primeiro?
11 de setembro de 2007
É preciso dizer!
Contra o tempo
navegando sobre as ondas
correndo para o vento áspero
longe das sombras
que se deitam no asfalto
vou contra o tempo
das horas em sobressalto
9 de setembro de 2007
Lugar Comum
8 de setembro de 2007
Noite de afectos
cobre-nos como um aconchegante manto
juntamos ao desejo as palavras de outros dialectos
abraços beijos mãos e outro tanto
brincam os nossos olhares tão irrequietos
na imensa noite leve e fresca de afectos
6 de setembro de 2007
AMAR-TE
5 de setembro de 2007
Certa Noite...
Tenho a amargura...
os dias que me parecem mais longos
enquanto o tempo me percorre a vida
a amargura leva-me às florestas vazias
onde me confundo
com a húmida caruma que cobre o chão
quando as piso e me afundo
4 de setembro de 2007
Reflexo
as sobras das horas que passas no ruído da solidão
para ti ficam as paredes húmidas e bolorentas
que cobrem o branco gasto por palavras sedentas
dão-te apenas o minimo do que queres
a irrazoável insatisfação
para ti ficam as horas de desespero
que se saciam com um olhar de ilusão
para ti fica tudo
até que o tudo se esgote
na obscuridade da paixão
Espera
pesadas, fundas,
esperarei por ti
até que todas as coisas sejam mudas.
Até que uma pedra irrompa
e floresça.
Até que um pássaro me saia da garganta
e no silêncio desapareça.
Eugénio de Andrade
3 de setembro de 2007
Poeta sem ti
cada vez mais distante
afastas-te como os dias do passado
não te quero como uma breve lembrança
tão pouco te desejo sem ser amado
e em ti reside ainda a esperança
de um amor doce e inacabado
mas sinto-te cada vez mais longe
cada vez mais distante
silenciaste a voz que desejo ouvir
rasuraste as palavras que quero sentir
e afastas-te deixando-me poeta errante
e de que servem agora as palavras?
ou as imagens que captei para te ver?
de que serve um poeta sem ti
vazio oco de não te ter?
Tu
de palavras desencontradas e vãs
desejo tanto um abraço teu
- daqueles que me erguiam pelas manhãs
2 de setembro de 2007
ESTRANHA FORMA DE VIDA missão cumprida
Longe de tudo
Perder!?
Uma Voz
nas manhãs profundas de solidão incerta
a tua voz emerge no meu mundo
como se de um guião se tratasse
iluminando o denso e negro fundo
1 de setembro de 2007
De nós
31 de agosto de 2007
surges...
onde o crepusculo está a acontecer
vens na cor do fogo
30 de agosto de 2007
Ainda aí estás?
do lado de lá da janela indiscreta
sorrindo com as palavras que escrevo
com a intenção de te abraçar
como se fosses o único corpo na minha vida
este poderia ser um poema como todos os outros
que escrevi para que sentisses as minhas mãos
a tocar o teu suave rosto
onde os teus olhos costumavam saltitar de alegria
quero pensar que ainda aí estás
no lugar de onde se avistam as memórias
sobre o parapeito da janela indiscreta
talvez ainda aí estejas
aguardando na penosa dor da ausência
e se ainda aí estiveres
peço-te que me esperes serenamente
que um dia surgirei na forma de uma palavra
A cidade esquecida
A vida levou-me a outros hábitos e neles me prendi sem o propósito de esquecer o que me rodeia. Em Beja, entre ruas vazias e silêncios ensurdecedores, existem lugares que vêm do passado como o Museu Rainha D. Leonor onde Mariana Alcoforado se enamorou, A Igreja de N.S.ª dos Prazeres onde uma exposição de Arte Sacra nos conduz ao histórico legado religioso, entre outras igrejas, como a Sé, a da Misericórdia, A ermida de Stº André, a Igreja de S. Francisco ou de Stº Amaro, e o Castelo, claro, de onde emerge uma torre rumo ao céu que avista a planície extensa do Alentejo.
E a estes lugares que me lembro de ter visitado quando muito jovem não tenho voltado. É pena, perco mais com a distância do que esses espaços que ainda vivem sem mim e sem os outros... Por enquanto!
Raios de Lua
Daqui...
Pelas ondulantes searas douradas
No sentido do teu coração vermelho
Gotas de água na tarde calma
Brisas leves de sílabas acentuadas
29 de agosto de 2007
Leve manhã
Que a confundo com ar
E respiro-a fresca
Em cada beijo teu
Tão leve surge a manhã
Que a levo no meu peito
E passeio-a no teu corpo
Onde me aguarda um lugar perfeito
Poema de Regresso
Ainda que as palavras se repitam na intenção de te amar
Sigo as linhas direitas do caderno que me assiste
Como se fossem estradas que me guiam ao teu encontro
Na impoluta vontade de reafirmar o que existe
E nas rimas soltas ou fixas resisto ao confronto
Poema sobre Ti
Caminho impaciente ao teu encontro
Escondes-te no foco da lua
Sobre o céu azul de uma noite nua
Tudo se centra em ti
Como se fosses o epicentro
De um terramoto que me abala
Reflexão sobre Beja
28 de agosto de 2007
Musa IV
Um dia
Esclarecimento a Joia
27 de agosto de 2007
Bem sei do tempo
Deixo
Um poema teu
nasce na claridade do teu olhar
e depois,
bem depois,
constrói-se nos gestos finos das tuas mãos
e em cada rima acentua-se
na certeza dos teus sentimentos
e de ti nasce um poema
o teu poema
26 de agosto de 2007
Domingo
25 de agosto de 2007
Sem fim
Ignorância
Praça da República em Beja II
Aconselho uma visita às cores, às imagens, e claro, às palavras, em:
http://www.pracadarepublicaembeja.net/
24 de agosto de 2007
Praça da República em Beja
Apenas um Adeus...
23 de agosto de 2007
O Anel de Saturno
Parque da Cidade III
22 de agosto de 2007
Parque da Cidade II
21 de agosto de 2007
Parque da Cidade I
20 de agosto de 2007
De volta à cidade
19 de agosto de 2007
O que basta
As suficientes ainda para te viver
As que morrerão no fim de mim
As que sofro para te conhecer
Breve, como um instante de ar
Basta pouco, daqui até ao fim
Tão pouco que me inquieta não o saberes
Último Poema
As marés
A vida leva-nos como se fosse uma maré - ora vaza, ora enche - e nós somos ondas de espuma que se esgotam no areal denso que nos acolhe na desesperança. E entre as vidas de cada um geram-se mundos diferentes. Ondas separadas que têm o único destino de morrerem na praia, tal qual como náufragos...
Quero acreditar que a vida nos leva para outros oceanos. Quero acreditar que numa vida existem várias vidas - como numa maré infinitas de ondas. E nesta convicção me mantenho, como se fosse o Lugar Convicto da minha vida!
E para o Grande Amigo tudo!...
O teu silêncio
quando a cidade adormece
e a madrugada me cerca
quando se esgotam as palavras
e os outros se calam
quando os pássaros emigram
e os rios secam
quando as planícies estão de negro
a vida finda
quando a música acaba
e as árvores se curvam
E existe o teu silêncio...
A mais profunda dor!
18 de agosto de 2007
Momento
17 de agosto de 2007
Lugar Etéreo
Não
16 de agosto de 2007
De cada vez
15 de agosto de 2007
Hoje
que me refrescam os sentidos
acordo com o teu sorriso no meu olhar
e hoje esqueci o sofrimento da mágoa
sou o que me levas a ser nas asas do amor
em cada instante de paixão quero amar
14 de agosto de 2007
Musa III
Antes
onde as searas verdes como o mar lhe tocavam.
lembro-me de cada rua onde corria na meninice
e de cada rosto com que me cruzava.
hoje sinto a nostalgia da vida, da vida inteira
que me cercou num lonquinquo passado.
e nas ruas de hoje os rostos passam ao lado
de uma cidade antes companheira.
Nada acontece
que se definha nas ruas vazias da cidade
onde o tempo não passa com o vento
e nem o tempo mata tanta saudade
hoje é o dia em que nada acontece
por aqui tudo se tornou itinerante
o dia expira enquanto a noite aquece
13 de agosto de 2007
Sempre
Escolher o amor
Crepusculo a dois
e nos teus olhos as estrelas brilharam
enquanto a noite renascia
e contigo o crepusculo tem cheiro e sabor