19 de setembro de 2008

Poema a Inês

carrega um olhar desesperado
como as manhãs cinzentas
que desesperam pelo olhar alheio
um sorriso descobre-lhe o rosto
onde por fim o seu corpo cresce
um enebriante brilho desenha o futuro
num caminho ornamentado de plátanos
e de aves em voos de esperança

Poema sobre Poema

é na pena de um poema que se revela o meu amor por ti
é na métrica desmedida entre loucas metáforas
que busco a clareza do amor
para que o entendas como entendes os meus olhos
para que numa rima se desfaça qualquer dor
é na forma incoerente de um poema
que firmo a minha vida no teu corpo
como se ser dependesse sempre de ti

Quanto te Amo?

Quanto te amo?

Como se fosse possível medir o ar de uma vida inteira
Ou questionar a existência de um sentimento

Quanto te amo?

Não sei.

Apenas sei que lá cabe todo o amor do mundo
e ainda sobra espaço para te querer ainda mais.

3 de setembro de 2008

Setembro

Setembro. A maré agitada desfaz-se com violência na praia quase deserta. Um sol quente prolonga o verão como se este não fosse ter fim. Partilhamos o silêncio das metáforas interrompido pelos sons do mar e das gaivotas que namoram à beira-mar. Acolhe-nos um areal húmido como os nossos corpos. A água cai em cascata numa rocha atrás do nosso repouso, onde aguardamos a frescura dos sonhos.

Setembro. Ainda não findou o capricho de umas curtas férias.