8 de julho de 2010

Inquietude

inquietam-me as árvores
paradas na planície
que tarda em anoitecer
e as aves que voam em circulos
no transparente céu azul
inquietam-me as árvores alinhadas
fingindo que a natureza é geométrica
e o silêncio do entardecer
as ruas resignadas acomodadas
fartas de viver
inquietam-me as mãos vazias
ocas de um corpo para percorrer
desde esta janela tudo me inquieta
tudo
como se o tempo tivesse parado
num nó de desesperança