5 de dezembro de 2011

amanhã regressam as manhãs novas. e incerto ignoro o sentido das palavras. resguardo-me no silêncio. que o silêncio faz parte de mim...

25 de fevereiro de 2011

É hoje o dia

é hoje o dia de todos os dias. quando a vida renasce e celebramos os olhares, comemoramos as memórias
e apontamos o horizonte. é hoje o dia de todos os dias. quando a utopia toma forma e segue o brilho do olhar. o teu olhar. sempre o teu olhar, a guiar a vida que nos rodeia.

18 de fevereiro de 2011

Não

não me peças palavras,
nem de amor nem de esperança.
não exijas o que o corpo já não tem.
não faças de mim o que não sou.
agora os dias são vazios de privamera,
são cinza no chão por onde vou.

não me peças mais,
nem menos que mais,
que os olhares perdi-os todos
e perdi também o teu cheiro.

10 de fevereiro de 2011

Leve

o teu sorriso torna-se leve com o tempo. a voz vai-se perdendo como as madrugadas. e as tuas mãos já não as sinto em meu redor. leves são também as recordações. emudecidas. caladas. arruinadas pelo desamor. e não chega a esperança. insuficiente. frágil. moribunda. desejo recuperar o teu sorriso saltitando novamente no meu olhar. as tuas mãos sobre mim nas noites feitas do luar. as vistas embaciadas pelos nossos fôlegos. as palavras sussuradas com promessas. mas sem mais compromissos. embora leve, o teu sorriso ainda me enebria. e a tua voz desejo-a tanto... mas com alegria.

30 de janeiro de 2011

Outra Planicie

vale a pena um dia inteiro no teu olhar
ouvir palavras pequenas como amor
sentindo-as afiadas a trespassar
o meu corpo a minha alma de toda a dor

fazem sentido o verde dos campos
onde se aninham as esperanças
e os abraços tantos tantos

- onde me enlaças -

29 de janeiro de 2011

POEMA AO DANIEL

No seu rosto nasce o continente mais vasto,
Misterioso e intenso, com todo o esplendor.
As mãos frágeis seguram a esperança
Apertando as palavras criadas do amor.
O corpo leve constrói uma criança
Desejando sonhos e ilusões,
Utopias, fantasias e convenções.
As ruas desenham-se à sua passagem
Com o seu riso ingénuo
E a forma da libertinagem.

Segue agora o caminho dos dias:
O dia depois de hoje e por adiante,
O futuro repleto de alegria
Numa fé inabalável e constante.

(To MZ, by www)

22 de janeiro de 2011

NA CIDADE

na rua os seus olhos brilham como se fossem o sol escondido na neblina. prende o olhar nos detalhes. sorri às pessoas e admira as árvores que agitam os ramos na manhã fria. percorre com entusiasmo a cidade, acenando às casas. provoca os meus risos. aperta-me em abraços e beijos de contentamento. desconhece ainda a realidade. e talvez por isso se deslumbre tanto à medida que seguimos o caminho entre os plátanos. (um dia irei falar-lhe dos plátanos!). e da cidade. quero tanto que a sinta como a sinto. que a adore de paixão. que a ame com loucura. não sei se a escolherá, nem o influenciarei, julgo. desejo apenas que a conheça. que nela construa sonhos e que a tenha como um iman. hoje sei que a quer. por deslumbramento, por curiosidade. e pelo fascinio dos horizontes amplos que a rodeiam.

(O António Maria e Beja)

19 de janeiro de 2011

intensidade

sinto o teu sabor o sabor da tua madrugada
o teu aroma perfeito
que me enlaça
num beijo longo
um aperto consentido
suspiros extasiados
- por fim os suspiros! -
e os nossos corpos descansando
num abraço nocturno
de uma noite inteira e intensa

16 de janeiro de 2011

Regresso ao teu corpo

regressei à cidade com o crepúsculo a apertar-lhe a silhueta. a estrada de regresso era ladeada de campos orvalhados onde o verde raso dará vida às searas ondulantes. e das searas nascerão sementes e pão. ao entrar na cidade reparei nas primeiras casas, apertadas, encostadas umas às outras, querendo ir até ao céu, timidamente. uma neblina leve descaia como um véu contornando os candeeiros das ruas. segui o caminho de casa. o caminho até ti. vi nos campos um horizonte de utopias. senti no aroma humido da terra o desejo de te ter. quero enebriar-me no teu corpo. percorre-lo demoradamente. insistentemente. quero tanto. desfalecer de cansaço sobre ti. e regressar ao teu corpo quando a manhã desenhar outro dia.

6 de janeiro de 2011

Destino

um destes dias voltaremos à terra.
cavaremos funda a terra
com desejo de pão.
voltaremos num dia sem esperança
quando as noites nos apertarem
e as manhãs nos desassossegarem.
regressaremos sem que a terra nos chame,
sem que a terra nos condene.
seremos de novo filhos do vento
e do chão fértil, chão do destino traçado.
voltaremos sem que a terra nos reclame!

3 de janeiro de 2011

Um Olhar

respiro fundo junto ao teu olhar
como se nele me confortasse
e o tempo parasse
sem receio de parar
e em ti tudo recomeçasse
um olhar é um olhar
mas não o teu
que tem jeito de desejar
e brilho para encantar
um desejo meu