19 de abril de 2009

Um corpo na madrugada

antes a madrugada tinha cheiro
e a forma contornável do teu corpo
as estrelas gritavam liberdade
sob os campos negros de janeiro

agora a madrugada tem a saudade
de um tempo que se gasta
como se a liberdade não tivesse
a força suficiente para dizer basta

a madrugada de amanhã desconhece
os aromas e os sons amordaçados
e o teu corpo de novo oprimido
afunda-se nos desejos cansados

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