27 de dezembro de 2010

Fingir

Não aguardemos mais pelo dia que tarda a realizar o nosso encontro. Ignoremos as palavras que acentuam o silêncio. Procuremos num e noutro o esplendor da poesia. Façamos de conta, fingindo, que ainda nos queremos um ao outro e que acreditamos nos compromissos. Façamos do tempo a nossa casa: ampla e sossegada, contornada de flores e de aromas. Vamos fingir que somos felizes, que nos damos um ao outro como as árvores se dão no chão fértil. Será tão fácil fantasiar que os nossos corpos se atraem: o meu peito nos teus seios, as tuas mãos apertando-me, os lábios a consumirem-se com paixão. E beijemo-nos. Que nos beijos tudo recomeçará.  

1 comentário:

  1. Gostei muito,a tua veia poética sempre a surpreender-nos;continua Jorge a encantar-nos com as tuas palavras escritas em forma de poesia...para mim elas deixam recados lindos para qualquer coração que sabe "amar" de forma incondicional.Parabéns

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