8 de novembro de 2010

POEMA E DESENCONTRO

Nos teus lábios sinto o desacerto entre nós, 
como se fosse um beijo 
feito do silêncio que nos arreda. 
Já não fechas os olhos, nem me acaricias a pele. 
Transformamos os impulsos num costume, 
sem acasos. 
Consumimo-nos um ao outro 
sem perceber que o tempo nos consome. 
Já não te sentas ao meu lado, 
nem dizes o meu nome. 
Perdemo-nos no sossego da planície, 
cada um para o seu lado, 
com uma estrada ao meio 
e beijos apagados a fingir que são beijos. 
E nos lugares desencontramo-nos 
com os olhares sumidos, 
perdemos os lugares e os crepúsculos, 
perdemo-nos um ao outro 
numa mágoa taciturna.

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