28 de março de 2020

O que é teu

É teu o silêncio
é tua a escuridão
É de ti o vazio
Que desce a rua num rodopio
É  tao tua a inquietação
A palavra secreta
Que ninguém quer saber
A mordaça no plaino verde
Que te quer a morrer
É teu o pecado
O lugar em desassossego
A paisagem que passa ao lado
A tua figura
A tremer de medo
É teu o outono derradeiro
Onde se acinzentam os pensamentos
E morre a esperança
É tudo teu
Até ao ponto da incerteza
Até à brancura
Que carrega a leveza
É tambeu teu
O largo de lamentos
É por ti
Que vem o silvar dos sonhos
É tudo teu
Quando nada te dão

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