2 de setembro de 2007

ESTRANHA FORMA DE VIDA missão cumprida

Como prometido regresso ao romance policial de que vos falei em Julho: ESTRANHA FORMA DE VIDA, de Carlos Ademar, Oficina do Livro. 2007.
A viagem faz-se numa leitura fácil e entendível, apesar de se perceber o conhecimento técnico do autor, que nos segura às páginas com os cheiros desconhecidos (para a maioria) das situações mais crueis da natureza humana e uma narração coerente que nos dá, a todo o instante, a sensação de dominarmos o desenrolar dos acontecimentos... até ao fim, porque no fim o autor brinda-nos com a realidade. Agita-nos a consciência!
Conheceremos a sociedade em que vivemos? Será Portugal o país dos brandos costumes, pacificado? Ou será Portugal, como qualquer outro país, uma sociedade dividida e condicionada por uma realidade paralela que desconhecemos?
Carlos Ademar narra neste romance uma história em torno de um simples homicidio, como muitos outros que lemos quase diariamente nos jornais mais sensacionalistas. Mas indo ao fundo das coisas, numa investigação policial perspicaz mas insuficiente, o autor dá-nos a conhecer um mundo obscuro e sujo que nos condiciona ao nível das instituições de investigação e de justiça, dos meios económicos e políticos. Nem sempre a realidade é o que nos parece estar à frente dos olhos...
Empolgante, intenso, coerente e real. ESTRANHA FORMA DE VIDA leva-nos ao mundo da corrupção e da alta criminalidade em Portugal, muito além de outras obras que enchem prateleiras e esgotam edições mediatizadas. Neste romance existe a percepção da realidade. Uma realidade que não está muito distante de nós!

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