2 de setembro de 2007

Longe de tudo

Passei os dias longe das ruas e dos rostos cansados de mim, talvez cansados de mim. Estive onde não me procurariam, na companhia de olhos renovados e de sorrisos leves, que não esforçados. Fui pelas ruas ingremes de uma terra que não é a minha, sentei-me em esplanadas de cores diferentes. Ouvi linguagens distintas, sem sotaque pesado e arrastado. Percorri a noite até à madrugada, até ao primeiro instante de luz solar. Adormeci na página de um romance que me acompanha para onde quer que vá. De que não sou capaz de fugir, mesmo quando corro desesperadamente na direcção oposta.
Senti as suas mãos no meu rosto acariciando-o suavemente. Recebi o seu beijo nos lábios secos. Abriu-me os olhos. E num abraço forte ensinou-me a viver outro dia longe de si...

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