19 de setembro de 2007

Serenamente chega a manhã

serenamente chega a manhã e os nossos corpos ainda perdidos
aninham-se num sofá estreito e dourado como o sol nascente.
o cansaço não nos vence, não nos pesam as horas da madrugada;
pelo contrário: são leves como os desejos de outros sentidos.

a luz entra discreta nas frechas da janela virada a nascente
e cresce no solo até nos tocar com a intensidade desejada.
desafiamos o tempo. levamos ao limite um beijo inebriante.
(como se entre nós o limite fizesse sentido)

poderiam ser assim todas as manhãs. poderiam nascer da madrugada
sempre serenas e doces como os abraços em que me enlaças.

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