16 de julho de 2007

Amor provável

A manhã amanhecia lenta. Acordaram separados pela largura da cama. Aproximaram-se tocando primeiro as mãos e depois os lábios. Não trocaram uma única palavra. Acariciavam-se apaixonadamente enquanto o calor invadia a casa. Lá fora os pássaros já viviam o dia desde a aurora. As árvores estavam imóveis aguardando uma brisa que as animasse. Ainda restava uma vela acesa da noite passada. Era a única luz que revelava os seus corpos agitados de prazer.

Era domingo. Tinham todo o vagar do mundo. Apenas o desejo poderia ter sido o limite. Ela olhou-o nos olhos, fixamente, sobre o seu corpo deitado na cama desarrumada. O seu olhar era como o sol, brilhante e quente. O seu sorriso de prazer fê-lo sorrir. Percorreu o seu corpo feminino com as mãos lentamente até a apertar num abraço. Ficaram assim por um momento. Como se fossem um. Sem uma única palavra. Beijaram-se novamente até que os seus corpos se separaram na imensidão da cama larga. Acenderam um cigarro deixando que o fumo cobrisse as suas figuras.

Ele olhou-a. Olhou-a com a força interior do seu corpo, da matéria e da essência, esticou o braço na sua direcção, como se construísse uma ponte sobre o mar, acariciou-lhe a face suave e esbelta.

Amas-me? Perguntou-lhe receoso de uma resposta negativa.
Provavelmente… Respondeu-lhe, sorrindo com a incerteza do sentimento.

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