22 de outubro de 2007

Poema (in)titulado

quando nos reencontrarmos numa rua esquecida da cidade branca
já não serei quem julgas conhecer, já não serei eu mas um resto de mim.
que não te aflija o meu corpo fraco e cabisbaixo, que não te preocupe
o meu olhar inócuo e basso escondido nas entranhas da minha alma.
encontra-me-às provavelmente a descair numa parede branca,
a afundar-me num passeio irregular e sem fim.
talvez não me reconheças, nem a figura nem a voz
que a emudecerei para silenciar quem fomos nós.
e quando nos encontramos, se de facto nos encontrarmos,
numa rua esquecida da cidade branca,
não pares junto ao meu corpo moribundo,
se possível ignora-me, trata-me como tratas um vagabundo.

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