6 de outubro de 2007

Semente noctívaga

Ergueu-se uma brisa fresca nos campos que circundam a cidade. O silêncio da terra adormecida acomodou-se nos nossos corpos extasiados de paixão e de desejo. Vista daqui a cidade parece outra. Tem outro encanto pintada no amarelo das luzes sob o céu azul de um luar minguante e tímido. As estrelas vencem a nebelina que ameaçava a noite e cintilam no céu vitoriosas. Como o amor que se aperta num abraço intenso e se prolonga em olhares brilhantes.
O tempo passa fresco e doce no toque dos corpos, nas caricias, nos beijos longos e ardentes.
Aos nossos pés a cidade adormece em silêncio. A planicie estende-se como um leito infinito. Aqui já houve girassóis. Por aqui já balancearam searas verdejantes. Douradas espigas de trigo. E hoje são os nossos corpos que se lançam à terra como sementes destinadas a germinar.
A conversa prolonga-se na madrugada contrariando o tempo da noite fresca. A brisa suave toca-nos a pele e refresca-nos os sentidos.
Voltamos ao lugar perfeito.

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