25 de agosto de 2007

Ignorância

Na madrugada, quando ao longe se avistavam raios rasgando o negro da noite, surgiu o seu rosto de silêncio desenhado na brancura da lua. As horas passam, umas sobre as outras, como se fossem ondas sobrepostas. Sinto-as em cada instante, magoando o sentir, criando dúvidas que julguei não existirem. Adormeço na manhã cinzenta e chuvosa sem saber o que vai acontecer.
Os sons tenho-os na minha cabeça como rumores distorcidos, palavras vãs. E os gestos? Onde fica a intenção de um abraço? O que fazer ao desejo de um beijo? Deito-me numa almofada de interrogações... vacilo na vontade de um telefonema.
Não sei o que se passa e isso é pior que o desamor. É a ferida crua da ignorância que me atormenta o espirito. Que me desiquilibra os passos. Que me pesa no corpo.

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