1 de agosto de 2007

Porque a Amo

A planície estende-se no limite da vista. No alto da torre de menagem do castelo saboreio uma visita breve de uma brisa que corta o ar quente. Ainda recuperando do fôlego das infinitas e ingremes escadarias que me conduziram ao topo do Alentejo, as minhas mãos amparam-se nas ameias altas. Faltam-me as palavras. É como se me faltasse o ar e não conseguisse respirar. Os meus lábios tenho-os cerrados. Sinto o peito cada vez mais vazio, a asfixiar.
Apesar do calor tórrido desejo o seu corpo ao meu lado. Apetece-me sentir o calor ameno da sua pele suave e doce. Quero os seus lábios frescos para que me enrolem numa onda de mar. De mar imenso como o desejo de a ter.
Daqui, do mais alto cume deste Alentejo dourado e extenso apetece-me gritar: gritar que Amo, e que a Amo, e Amo-a tanto que entre partículas infinitas de ar, de entre todos os biliões e biliões de elementos e de essências que compõem o mundo, apenas a quero; porque a Amo e por isso a Quero.

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