18 de agosto de 2007

Momento

Lá fora a cidade passeava-se nas ruas de silêncio de uma tarde de verão. Entre as paredes grossas e frescas, o seu corpo foi até ele desenhando trémulas formulas de desejo. Os seus olhos recortados entre folhas brancas e puras de papel eram como faróis que se podiam avistar num navio ao largo. Beijaram-se, como se fosse a derradeira vez. Mesmo sabendo que era apenas o inicio de tudo...
O vento quente batia de quando em vez nas portadas da janela entreaberta fazendo irromper na pequena sala os cortinados leves como se fossem flamingos a levantar voo. Uma orquídea branca segurava-se resistindo ao calor, num pequeno vaso sobre o aparador. Sentados no sofá ouviram as palavras um do outro que ecoavam a casa como eternas promessas de amor. Promessas de que não se duvida quando os olhos brilham e os corpos se atraem como imanes.
Desesperadamente, apaixonadamente, seguiram o caminho do desejo crescente até que a última gota de água secasse nos corpos suados de prazer...

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