9 de agosto de 2007

Não sinto o corpo

Não sinto o corpo. Ou melhor, sinto-o como um vazio entre espaços, indefinido como o vento entre as árvores estrategicamente colocadas nos passeios. Não lhe reconheço a cor, nem a forma. Não lhe consigo tocar, mesmo que queira.
Pode o amor ser resposta para tudo? Pode o amor servir como desculpa?
A cada instante abdico ainda mais do que me rodeia. São palavras. Ou é silencio? Talvez silencio, a cortar o tempo como facas frias e afiadas. E nem olhar um olhar. E nem um gesto...
Não sinto o corpo. Fazem-me falta o ar e o fogo para que a labareda se anime...

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